Segurança
Ministro quer explicações sobre reuniões do Planalto com pastores
Com o sigilo de 100 anos imposta pela Presidência da República sobre a reuniões do Planalto com pastores, o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu prazo de 10 dias para que o governo dê explicações relacionadas à visita de pastores no Planalto.
A reunião de pastores no Palácio do Planalto tinha como pauta a liberação de verbas do Ministério da Educação para pastores ligados ao presidente Bolsonaro e ao ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, exonerado no dia 28 de março após a reunião tornar pública.
Pastores no Planalto e verbas do MEC
Os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, são suspeitos de se beneficiarem de recursos do MEC para compra e distribuição de bíblias. Os religiosos são alvos de investigação da Policia Federal por suspeita de cobrança de propina para beneficiar prefeituras. O presidente Jair Bolsonaro teve encontro com os pastores em pelo menos três vezes, segundo apurou O Globo.
Presidente da Convenção Nacional de Igreja e Ministros Evangélicos das Assembleias de Deus no Brasil, Gilmar Santos é um pastor influente em Goiás e em vários estados do Brasil, quando se tornou conhecido por suas cruzadas evangelísticas na década de 1990, na Convenção das Assembleias de Deus de Madureira, liderada pelo bispo Manoel Ferreira. Mesmo citada, a Convenção de Madureira não foi citada por nenhum dos envolvidos.
Dinheiro do Ministério da Educação para pastores
Milton Ribeiro, em áudio, deixou claro que a liberação de dinheiro beneficiaria municípios indicados pelo pastor Gilmar Santos e Arilton Moura. Um prefeito de Goiás chegou a relatar como funcionava o esquema para a destinação de recurso para as prefeituras, que seria em troca de compra de material religioso de Gilmar Santos. O dinheiro do Governo Federal seria usado para construção de creches, escolas e quadras.
O Ministro André Mendonça questiona o sigilo de 100 anos imposto sobre a reunião entre o presidente Bolsonaro com os pastores. O caso deverá ser levado ao plenário do STF após manifestação da Procuradoria-Geral da União (PGR), e pela Advocacia-Geral da República).
Evangélico e indicado pelo presidente Bolsonaro ao STF, o ministro André Mendonça deve sofrer críticas de sua base por sua atuação em detrimento dos interesses do governo, é o que acreditam especialistas em política e lideranças partidárias que também querem explicações sobre os encontros.