Segurança
Morte de Dom Phillips e Bruno; polícia investiga o mandate do crime
Enquanto os corpos encontrados pela Polícia Federal no Amazonas passam por perícia, as investigações seguem no sentido de identificar os responsáveis pela morte de Dom Phillips e Bruno, que estavam desaparecidos há vinte dias na região do Vale do Javari, no Amazonas.
Morte de Dom Phillips e Bruno
Pelo menos cinco pessoas são investigadas por participação na morte de Dom Phillips e Bruno, crime que repercutiu nos jornais do Brasil e do mundo, provocando a reação de integrantes de direitos humanos, da classe jornalística, de indigenistas e na população que tinha contato direto com os profissionais no Amazonas.
Os irmão Amarildo da Costa Oliveira (Pelado) e Oseney da Costa confessaram a participação no assassinato do jornalista Dom e Bruno, onde relataram à polícia que o jornalista e o indigenista foram mortos a tiros, esquartejados e jogados em uma vala.
Dom Phillips e Bruno atacados por pescadores
Tanto o jornalista quanto Bruno Pereira alegam que tinham vistos pescadores ilegais na região onde foram vistos pela última vez, denunciando que eles estavam atirando contra a equipe. Os suspeitos do crime são pescadores ilegais que agem na região do Vale do Javari.
A região onde ocorreu a morte de Dom Phillips e Bruno é uma terra disputada por garimpeiros, madeireiros, pescadores e traficantes de drogas, considerada a maior reserva natural da região e onde abriga índios isolados de várias tribos.
Pesca ilegal no Vale do Javari
Embora a motivação do crime ainda está sendo investigada pela Polícia Federal, o que sabe até o momento é que ambos foram mortos por pessoas que praticavam a pesca e a caça ilegal na região.
Bruno Pereira era servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai) e trabalhava na proteção dos índios na região do Vale do Javari. Ele teria participado de várias ações que levaram para a prisão garimpeiros e madeireiros ilegais.
Desaparecimento de Dom e Bruno
Antes de sumir, o jornalista Dom e Bruno estavam na região da Comunidade São Rafael e partiram em direção a Atalaia do Norte, quando o contato com eles foi perdido e dados por desaparecidos pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).
Dom Phillips era repórter do jornal britânico The Guardin, e estava coletando material de pesquisa sobre os índios para a publicação de um livro. Alguns de seus artigos foram publicados no “Washington Post”, “The New York Times” e “Financial Times”.
Corpos encontrados e periciados
No dia 12 de junho, a polícia havia encontrado materiais que pertenciam ao jornalista e a Bruno, como camiseta, computador e documentos.
Os restos mortais encontrados pela Polícia Federal foram levados para Brasília onde serão periciados pelo Instituto Nacional de Criminalística. Em entrevista, o presidente Jair Bolsonaro, havia dito que o jornalista Dom Phillips não era “bem visto” naquela região, o que provocou revolta entre familiares das vítimas e em ativistas de direitos humanos.
Uma comissão da Câmara dos Deputados já estava pronta para acompanhar o desaparecimento do jornalista Dom e Bruno, que deve continuar até a prisão dos assassinos. O ministro da Justiça, Anderson Torres, classificou o caso como um “crime cruel” e “uma maluquice”.