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Segurança

Lula vai lidar com crises nos órgãos de segurança pública

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Lula vai lidar com crises nos órgãos de segurança pública

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito presidente pela terceira vez neste domingo (30), terá que gerenciar crises nos órgãos de segurança pública intoxicados pela política armamentista e corporativa do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Crises nos órgãos de segurança

Em todo seu governo, Jair Bolsonaro teve problemas relacionados com as forças de segurança em relação à opinião pública, principalmente dentro da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Os órgãos foram acusados ou suspeitos de estarem aparelhados para defender as ideologias do presidente Bolsonaro, principalmente no primeiro e segundo turno das eleições, quando houve a interferência do ministro Alexandre de Morais, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), proibido operações da PRF na fiscalização do veículos que estariam transportando eleitores.

Dentro da Polícia Federal, a interferência de Jair Bolsonaro, por diversas vezes também foi questionada, principalmente por supostos relatórios de inteligência que estariam beneficiando o presidente.

Relatórios de inteligência da Abin

A mesma situação se apresentou dentro da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), onde Jair Bolsonaro mantinha relação estreita com seu diretor, e por várias vezes foi citado por ser beneficiado com informações reservadas ao órgão de inteligência nacional.

Operações da Polícia Rodoviária Federal em conjunto com a Polícia Militar dentro de centros urbanos também foram questionadas pelo Supremo Tribunal Federal, cujos ministros votaram contra as ações dentro de comunidades, e que fugia do policiamento de rodovias, principal atribuição da PRF.

Profissionais da segurança beneficiados

Com formação militar, Jair Bolsonaro beneficiou os profissionais da segurança pública com aumento de salário e promoção em cargos de confiança dentro do governo, o que lhe rendeu muita aceitação dentro das instituições de segurança pública.

Tendo o general Hamilton Mourão como vice-presidente, Jair Bolsonaro manteve uma relação estreita com as Forças Armadas, inclusive por manter alguns oficiais em secretarias e autarquias federais.

O apoio incondicional aos militares se propagou também dentro das forças de segurança nos estados, como na Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros Militar, onde o presidente teve apoio massivo nas eleições de 2022.

Para controlar áreas de comando dentro das Forças Armadas e das polícias, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva terá que lidar com crises e saber gerencia-las, mesmo não tendo formação militar. Evidente que o primeiro passo é a troca dos principais comandos, e, ainda assim, acalmar os ânimos dos militares bolsonaristas deve demorar algum tempo.

Izaías Sousa

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