Segurança
Sistema de espionagem investigado pela PF é usado em Goiás
O moderno sistema de investigação usada pela Polícia Civil de Goiás no governo de Ronaldo Caiado (UB) também é alvo de investigação da Polícia Federal. O First Mile é um programa de inteligência produzido por uma empresa israelense e usado também pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Sistema de inteligência da segurança pública
Dentro da Abin, o programa espião estaria sendo usado para, supostamente, investigar a vida de jornalistas, políticos e outros alvos que eram contrários ao governo de Bolsonaro, segundo apontou as investigações da Polícia Federal no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A Operação Última Milha, da Polícia Federal, investiga se o programa foi usado para espionar pessoas que contrariavam o grupo do ex-presidente Bolsonaro, incluindo advogados, jornalistas e críticos do governo.
Programa usado pelo governo de Goiás
Em Goiás, o programa foi contratado em 2020 com a Cognyte (Suntech S/A) pelo valor de R$ 7,6 milhões por meio da Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO). O objeto do contrato diz que, no pacote de serviços havia, dentre outros, o serviço de interceptação telefônica, incluindo dados de posicionamento de pessoas por meio de celulares.
No mesmo contrato, a empresa First Mile acrescentou um aditivo no pacote o sistema Firsmile Vigia Embedded Standalone, também produzido por uma empresa israelense, no valor de R$ 2,2 milhões pago pelo governo de Goiás, chegando ao total de R$ 7,6 milhões.
Operação da Polícia Federal
O sistema já aparecia em contratos firmados no governo de Michel Temer, ainda em 2017, e já era usado pelas Polícia Civil, Polícia Federal, Abin, Polícia Militar e outros órgãos de segurança pública de vários estados. O que a Polícia Federal investiga na Operação Última Milha é se o sistema de espionagem foi usado por servidores da Abin no governo de Jair Bolsonaro.
O servidor da Abin, Paulo Maurício Fortunato, foi alvo da Polícia Federal por suposto uso ilegal do software de inteligência. Mauricio ocupava um dos postos mais altos dentro da Agência Brasileira de Inteligência, na Secretaria de Planejamento e Gestão do Órgão.
Alvos do sistema de inteligência
Entre 2019 e 2021, o sistema de espionagem teve como alvo, além de políticos e jornalistas, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). No segundo governo de Lula, em 2008, Maurício já aparecia como objeto de investigação por serviço de inteligência ilegal dentro da Abin, que também foi alvo da CPI das Escutas Telefônica na Câmara dos Deputados.
Na Operação Última Milha, outros dos servidores da Abin foram presos, e pelo menos 20 mandatos de busca e apreensão foram cumpridos na última sexta-feira (20).
Izaías Sousa com Agência Publica