Saúde
Sem leitos de UTIs, Goiás tem sérios problemas com a Saúde
O Estado de Goiás e a capital Goiânia passam por uma crise com a falta de leitos de Unidades de Terapias Intensivas (UTIs). Na mesma proporção, a capital Goiânia também enfrenta a mesma situação como efeito reflexo de uma má gestão em saúde pública.
Leitos de UTI em Goiânia
A crise das UTIs levou o prefeito eleito Sandro Mabel (União) a buscar recurso junto ao Ministério da Saúde e aos deputados goianos no Congresso Nacional.
Sem repasse para os hospitais credenciados por parte da Prefeitura de Goiânia, Mabel terá que negociar com as prestadoras para atender a demanda da saúde na capital, mesmo sem assumir o mandato herdado de Rogério Cruz.
O governo de Goiás deve ajudar o prefeito Sandro Mabel no repasse de dinheiro para pagar os hospitais credenciados, principalmente após a morte de quatro pacientes que aguardavam uma vaga para UTI.
O preço da saúde
Cada leito de UTI custa R$ 600.00 por diária, valor regido pela tabela do SUS. Já nos hospitais particulares, a prefeitura paga R$ 1.100 para a manutenção de cada um dos leitos, valor que deve ser discutido por Sandro Mabel e sua equipe de governo.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), deve haver de 1 a 3 leitos de UTI para cada 10 mil habitantes, vagas que existem em Goiânia, porém, falta gestão e gerenciamento das vagas.
Dos 312 leitos de UTIs que estão contratados, cerca de 20 deles foram bloqueados por falta de pagamento do setor público. A internação de um paciente em um leito de UTI precisa de seguir protocolos de atendimento de cada unidade, além da própria condição do paciente, disse o secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara.
Investigação do MP
Wilson Pollara foi preso nesta quarta-feira (27), durante operação do Ministério Público de Goiás (MPGO). Ele e o diretor financeiro da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia são suspeitos de fazer pagamento irregular em contratos com a SMS da capital.
Um dia antes, Pollara participou da reunião com o prefeito eleito Sandro Mabel, onde trataram sobre os problemas relacionados com a falta de leitos de UTIs na capital.
Convênios com hospitais
Conforme apurado, os envolvidos deixaram de repassar verbas públicas previstas em convênios a entidades do terceiro setor responsáveis pela gestão de unidades hospitalares e maternidades da capital, especialmente à Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), deixando-a com passivo de R$ 121,8 milhões junto a fornecedores, portanto, sem condições de funcionamento regular.
Paralelamente à atuação do esquema criminoso, a rede pública de saúde da capital enfrenta uma crise de gestão multifatorial sem precedentes, caracterizada pela desestruturação progressiva da assistência hospitalar, restrição ao acesso a leitos de enfermaria e UTI, falta de inúmeros básicos, interrupção de serviços essenciais, graves deficiências em políticas públicas de assistência básica, descumprimento reiterado de decisões judiciais, frustração e burla deliberada à atuação dos órgãos de controle externo, além de indícios de irregularidades em diversas contratações.