Segurança
A morte de policiais federais em Fortaleza e os riscos da abordagem
A morte de dois policiais rodoviários federais em Fortaleza, na BR-116, na manhã desta quarta-feira (18) mobilizou as forças de segurança pública do Estado na procura de possíveis suspeitos de terem participado do crime. O caso passa a ser comentado entre os especialistas sobre os riscos que os policiais enfrentam durante abordagens.
Os policiais rodoviários foram mortos no momento em que faziam a abordagem de um suspeito, que tomou a arma de um deles e efetuou os disparos. Antes de serem mortos, os policiais deram socorro para um motorista que estava com seu carro em pane na rodovia. O criminoso seria um homem em situação de rua.
Suspeito de matar policiais foi morto
Conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os agentes mortos são: Márcio Hélio Almeida de Sousa e Raimundo Bonifácio do Nascimento Filho. O suspeito de ter matado os policiais também foi morto por um policial que estava à paisana, integrante da Polícia Rodoviária Estadual.
Riscos nas abordagens
Para os especialistas em segurança, o caso foi mais uma triste realidade de como os agentes de segurança estão expostos aos riscos, principalmente quando um policial tem sua arma arrancada de seu punho, ou de seu coldre, e em seguida morto por ela.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Ceará ainda não manifestou sobre as circunstâncias que ocorreram a morte dos agentes. O uso de algemas é uma exigência em abordagens ou condução de pessoas detidas ou suspeitas. Se houve erro durante a ação dos policiais, ainda não foi possível identificar, já que o caso passa a ser investigado pela Polícia Federal.
Procedimento Operacional em abordagens
Policiais ouvidos pela produção da Revista Capital disseram que a abordagem é um dos momentos mais perigosos em uma ação policial. É preciso cautela, preparo do agente, e que o Procedimento Operacional Padrão (POP) seja seguido à risca, evitando que, tanto a pessoa abordada quanto o agente não sejam feridos, ou até mortos, como foi o caso.
Questionados sobre a reação do homem que tomou a arma do policial, as fontes procuradas e que pediram anonimato, disseram que é possível que houvesse uma “confiança perigosa” por parte de um dos agentes na pessoa do morador de rua abordado, talvez, por não apresentar inicialmente condições de perigo, disse um policial à produção.
Nas redes sociais, a governadora do Ceará, Izolda Cela, lamentou o ocorrido e a perda dos policiais: “Lamento profundamente o episódio em que dois policiais da PRF perderam a vida, hoje, na BR-116, em Fortaleza”.