Saúde
Comunidades terapêuticas foi reportagem do Fantástico
As comunidades terapêuticas foi tema de reportagem do Fantástico deste domingo (20) e mostrou a realidade vivida pelos internos que buscam uma recuperação de vários problemas, dentre eles a dependência química.
Comunidades terapêuticas no Fantástico
Com cerca de 700 comunidades terapêuticas espalhadas pelo país, parte delas recebem recursos público por meio do Ministério da Cidadania, fatia do recurso bem superior à verba destinada para os CAPs (Os Centros de Atenção Psicossocial).
Um dos problemas mais relevantes encontradas dentro das comunidades terapêuticas é justamente a falta de profissionais médicos para atender os internos, como psicólogos e psiquiatras. Os usos de medicamentos dentro de tais unidades quase sempre são entregues pelos funcionários, muitos deles de uso controlado, como o rivotril.
Comunidade terapêutica Dr. Jesus
Na reportagem do Fantástico, o pastor e deputado federal sargento Isidório (Avante-BA), aparece ministrando palestras para os internos. Em um dado momento, ele segura um pedaço de madeira e diz que “o psiquiatra chegou“. Isidório se declara ex-gay e faz pregações na Fundação Dr. Jesus, em Candeias, na Bahia, onde foi gravada parte da reportagem.
Dentro da comunidade alvo da reportagem do Fantástico, internos relatam situações análogas à escravidão, muitos deles são penalizados quando fogem das regras internas, quando são obrigados a comer arroz puro e ficar isolados dos demais.
Comunidades e fiscalização
O banho é coletivo na comunidade terapêutica Dr. Jesus e deve ser feito no período máximo de um minuto, situação que já foi denúncia no Ministério Público Federal (MPF), órgão que o próprio pastor e deputado federal Isidório diz que fiscalizou a instituição.
Os mesmos problemas encontrados na comunidade em questão é o retrato do que acontece em diversas outras espalhadas pelo país, maioria delas ligadas às igrejas evangélicas e católica. Parte delas não recebem dinheiro público, e são mantidas por doações voluntárias ou com mensalidade pagas pelos próprios internos. Em outras regiões, há dinheiro público destinados por prefeituras.
Denúncias contra comunidades terapêuticas
Há relatos que, dentro de algumas comunidades terapêuticas, como mostrou o Fantástico, os internos são obrigados a comer restos de frutas e verduras doadas por empresas e distribuidoras, alimento que seriam destinados ao aterro sanitário, já que parte deles não são aproveitados e não poderia ser vendida.
Para profissionais da psiquiatria e da psicologia, é temeroso o tratamento de dependentes químicos tendo como base principal a terapia religiosa, ou seja, sem tratamento médico adequado para cada pessoa.
Dependentes nas comunidades terapêuticas
Este seria o segundo maior problema dentro das comunidades terapêuticas mostrada no Fantástico, que não tem atendimento médico especializado e fazem da fé religiosa a base do tratamento contra o vício de álcool e drogas de uso não permitido.
Em resposta à reportagem do Fantástico, o pastor e deputado federal Isidório, disse que não responde pela parte administrativa e técnica da Fundação Dr. Jesus.