Segurança
Cracolândia não precisa só de polícia, precisa de ação social
As centenas de pessoas que formam a cracolândia é, sem dúvida, uma emblemática situação que demanda ações governamental em todas as esferas, incluindo tratamento médico, moradia, atividades terapêuticas, e que não se resuma apenas em ações policiais para dispersar usuários e prender traficantes.
É preciso separar quem são os traficantes que alimentam a cracolândia dos usuários que precisam de tratamento e ação social. Não há fórmulas milagrosas para resolver o problema quase tão antigo quanto a cidade de São Paulo.
Na quinta-feira (12), as pessoas que estavam traficando e consumindo drogas na praça Princesa Isabel, onde estavam desde o dia 18 de março, já buscam outros locais onde possam continuar com o comércio de drogas e o consumo.
Vigilância exclusiva na cracolândia
A Guarda Civil Metropolitana (GCM) não pode manter vigilância diária para que outros locais não sejam ocupados, ainda que seja sua atribuição de manter os locais públicos livres para o acesso das pessoas e a manutenção da segurança dos comerciantes.
O desmonte da cracolândia depende mais do que ação policial e propaganda de governo. Após a retirada dos usuários, eles agora passam a ocupar a Santa Efigênia, antigo local que era ocupado há mais de 20 anos.
Desmonte da cracolândia
Se os usuários precisam de tratamento, os traficantes precisam ser presos, além dos apoiadores que também sustentam parte do comércio de drogas, incluindo agentes de governo que se dedicam à corrupção, como apontaram investigações promovidas pelo Ministério Público de São Paulo.
Na cracolândia não existe um perfil único de pessoas. Elas são de todas classes sociais, e nem todos que frequentam o local são de baixa renda, o que demonstra que nem sempre a pobreza seja o principal responsável por levar as pessoas para o mundo das drogas e do crime.