Saúde
Empresa que guardava amostras humanas em potes foi interditada
Tocantins — Interditado pela Vigilância Sanitária, a empresa Sicar, confirmou que guardava amostras humanas em potes e atendia também o governo do Tocantins. As amostras eram guardadas em potes e doces e achocolatados. O material apreendido foi levado para o Laboratório de Saúde Pública do Tocantins (Lacem).
Segundo disse os representantes da empresa, o laboratório tinha contrato com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), desde de 2017, recebendo do órgão público mais de R$ 3,5 milhões para fazer exames em pacientes do SUS. Especialistas em saúde acreditam que as análises feitas nas amostras humana podem ter sido comprometidas.
Amostra comprometidas
Sem as condições necessária para a manipulação de tecidos humano, o diagnóstico dos exames de milhares de pacientes pode ter sido comprometido, cerca de seis mil laudos emitidos para a rede de saúde do Tocantins.
“Eles estavam em um local armazenados. Não havia, em nenhum dos que estavam armazenados, derramamento de líquido, mau-cheiro, nada. Estava tudo perfeitamente ali. Só não tinha o alvará sanitário porque estava em processo de levantamento”, afirmou o advogado.
Somente após a divulgação da situação em que se encontrava as amostras o governo do Tocantins fez a rescisão do contrato com a Sicar. Após a descoberta do laboratório, a Polícia Civil havia encontrado insumos de laboratório jogados em uma calçada, configurando descarte irregular de tecido humano e material de saúde, contrariando protocolos ambientais e sanitários.
Laboratório era investigado pela Deic
A 1ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Deic) de Palmas, conduzia uma investigação em torno dos responsáveis pelo laboratório há cerca de um ano. Segundo a Polícia Civil, os responsáveis pela empresa fechavam unidades e deixava dívida tributária e trabalhista após recolher um considerável recurso financeiro, quando começava o esquema novamente. Por ordem judicial, foram cumpridos mandados de busca a apreensão contra os suspeitos, por meio da 2ª Vara Criminal de Palmas.
Resposta do Governo do Tocantins
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que o contrato efetuado com a empresa Sicar Laboratórios Eirele regia que a mesma seria responsável pela disponibilização dos frascos a ser acondicionados das amostras coletadas nas unidades hospitalares geridas pelo Executivo Estadual.
A SES-TO pontua que mesmo com os potes disponibilizados, as equipes das unidades hospitalares tinham o cuidado na higienização e lacre das embalagens a fim de manter os reagentes intactos e as amostras preservadas.
A SES-TO destaca que os pagamentos efetuados à referida empresa só ocorriam mediante a entrega de laudos e, por decisão judicial, desde o final de 2021, os repasses, deverão ser depositados na Justiça do Trabalho, para resguardar direitos dos funcionários da empresa.