Segurança
Polícia Rodoviária deixa as estradas para operações urbanas
A atribuição primária da Polícia Rodoviária Federal (PRF) é o de garantir a segurança nas rodovias federais que cortam o país e gerenciar o tráfego veicular, atuando na prevenção e no combate as infrações causadas por motoristas no transporte individual, de passageiros e de cargas. Nos últimos anos, a PRF deixa as rodovias para operações urbanas, o que pode comprometer a efetividade do órgão policial.
Em seu novo escopo de atuação, a PRF vem sofrendo desgaste desnecessário devido sua participação em operações de combate ao crime em áreas urbanas, como aconteceu recentemente na Vila Cruzeiro, em São Paulo, quando 24 pessoas morreram em um suposto confronto com os policiais militares e rodoviários federais, ocorrido no dia 24 de maio.
A PRF e a morte de Genivaldo
No dia 25 de maio, Genivaldo dos Santos, de 38 anos, foi morto por policiais rodoviários em Sergipe, quando foi colocado dentro da viatura e foi sufocado com gás lacrimogêneo, episódio chamado por especialistas em segurança e direitos humanos como “A Câmara de Gás da PRF”.
Outra operação ocorrida em 2021, que terminou com 26 mortos e que teve a participação da Polícia Rodoviária Federal foi em Varginha (MG), quando assaltantes de bancos foram mortos em uma chácara da região, ação que teve a participação da Polícia Militar de Minas Gerais.
Operações conjuntas
Para atuar em operações conjuntas contra o crime, o então ministro da Justiça Sérgio Moro, por meio de uma portaria, estendeu as atribuições da PRF para que fosse empregada também em ações conjuntas com outras forças de segurança, conforme descrito em um trecho da portaria:
“As operações combinadas, planejadas e desencadeadas em equipe poderão ser de natureza ostensiva, investigativa, de inteligência ou mistas”.
PRF em áreas urbanas
Revogada depois pelo ministro da Justiça André Mendonça, outra portaria foi publicada em junho de 2021, mantendo as mesmas regras anterior, dando a Policia Rodoviária Federal autonomia para entrar em áreas urbanas e cumprir mandados de busca e apreensão, lavrar termos de ocorrência e participar de operações conjuntas.
Imagem da PRF comprometida
Tradicionalmente, a Polícia Rodoviária Federal mantinha um histórico de atuação muito bem visto pela maioria da população, sendo raras as vezes que o órgão era manchete negativa na imprensa e perante a comunidade.
Agentes do órgão temem que a PRF se transforme em uma polícia manchada pela violência ou desvio de condutas de servidores, comprometendo a instituição criada em 23 de julho de 1935, cujos agentes eram conhecidos por “Inspetores de Tráfego“.
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