Brasil
Presidente Bolsonaro percebeu que não manda na Petrobras
Com altas consecutivas no preço dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro (PL) percebeu que não manda na Petrobras. O novo reajuste foi anunciado nesta quinta-feira (17), na ordem de 5,8% na gasolina vendida nas distribuidoras e 14% no diesel.
Bolsonaro não manda na Petrobras
Havia apenas 39 dias que o preço do diesel tinha sido reajustado, e 99 dias que o preço do GLP havia sofrido reajuste. Bolsonaro tentou fazer várias trocas na Petrobras para manter o preço dos combustíveis, o que não aconteceu.
Regido pelo mercado internacional, o preço dos combustíveis segue a flutuação do mercado dentro da Paridade Internacional (PPI), acompanhando o preço do petróleo no mercado externo, que sofre altas consecutivas do dólar no Brasil.
Acionistas da Petrobras
A Petrobras é uma empresa mista controlada majoritariamente pelo governo brasileiro, porém, os acionistas minoritários têm os interesses protegidos por força de uma lei sancionada no governo de Michel Temer, razão pela qual a estatal não pode segurar os preços dos combustíveis, ou seja, Bolsonaro percebeu que não manda na Petrobras.
Jair Bolsonaro disse, durante visita ao Rio Grande do Norte, que o reajuste foi uma “traição para com o povo brasileiro“, prometendo o pedido de instauração de uma CPI para investigar a direção da Petrobras, parte deles indicados por ele.
Traição da Petrobras, diz Bolsonaro
“É uma traição para com o povo brasileiro. O presidente da Petrobras, o diretor e seu conselho traíram o povo brasileiro. O lucro da Petrobras é uma coisa que ninguém consegue entender, algo estúpido. Ela lucra seis vezes mais que a média das petrolíferas de todo mundo”, disse Jair Bolsonaro em entrevista na rádio 96 FM.
Com propaganda vinculada em diversos canais de TV, a Petrobras prega um compromisso social, embora venha subindo o preço dos combustíveis rotineiramente, acompanhando o mercado internacional. Bolsonaro citou os lucros da estatal que faturou 44 bilhões neste ano.
Petrobras justifica
Em justificativa, a Petrobras alega que o preço é consequência da demanda internacional, citando a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, justificando que a política de preços está ancorada nas exigências feitas pela Lei das Estatais.
Bolsonaro tem toda razão em sentir-se traído, pois o preço dos combustíveis vai refletir diretamente em sua campanha eleitoral, já que grande parte dos brasileiros já não conseguem pagar as contas no fim do mês devido a inflação que refletiu no aumento nos preços da alimentação, combustível e transporte.